'O homem vulgar, por muito dura que lhe seja a vida, tem pelo menos a felicidade de não a pensar.'


Bernardo Soares in Livro do Desassossego






30/09/2010

'A moda é a imitação daqueles que não querem dar nas vistas, por parte dos que o querem fazer. Daqui resulta a sua constante mutabilidade.' Paul Valéry dix



'A mudança das modas é o imposto que a indústria do pobre lança sobre a vaidade do rico.'
Sébastien-Roch Nicolas de Chamfort (Humorista 1741)

25/09/2010

'Some people say marijuana should be legalized... Well I think it should be mandatory.' 

Bill Hicks (1961-1994)



'Hicks material was often controversial and steeped in dark comedy. In both his stand-up performances and during interviews, he often criticized consumerism, superficiality, mediocrity and banality within the media and popular culture, describing them as oppressive tools of the ruling class, meant to 'keep people stupid and apathetic'.'

21/09/2010

Praia do Barril, Tavira, Abril de 2010.

11/09/2010

"Porque é que os portugueses são tristes? Porque estão perto da verdade. Quem tiver lido alguns livros, deixados por pessoas inteligentes desde o princípio da escrita, sabe que a vida é sempre triste. O homem vive muito sujeito. Está sujeito ao seu tempo, à sua condição e ao seu meio de uma maneira tal que quase nada fica para ele poder fazer como quer. Para se afirmar, como agora se diz, tão mal.

Sobre nós mandam tanto a saúde e o dinheiro que temos, o sítio onde nascemos, o sangue que herdámos, os hábitos que aprendemos, a raça, a idade que temos, o feitio, a disposição, a cara e o corpo com que nascemos, as verdades que achamos; mandam tanto em nós estas coisas que nos dão que ficamos com pouco mais do que a vontade. A vontade e um coração acordado e estúpido, que pede como se tudo pudéssemos. Um coração cego e estúpido, que não vê que não podemos quase nada.

Aí está a razão da nossa tristeza permanente. Cada homem tem o corpo de um homem e o coração de um deus. E na diferença entre aquilo que sentimos e aquilo que acontece, entre o que pede o coração e não pode a vida, que muito cedo encontramos o hábito da tristeza. Habituamo-nos a amar sem nos sentirmos amados e a esse sentimento, cortado por surpresas curtas, passamos a chamar amor. E com verdade. No mundo das ausências, onde a tristeza vem de sabermos muito bem o que nos falta, a nós e àqueles que nos rodeiam, a bondade, que nos torna vulneráveis aos sofrimentos daqueles que nos acompanham e nos faz sofrer duas vezes mais do que se estivéssemos sozinhos, é o preço que pagamos por não sermos amargos.

É graças à bondade que estamos tristes acompanhados. Há uma última doçura em sermos tristes num mundo triste. Igual a nós."


Miguel Esteves Cardoso, in As Minhas Aventuras na República Portuguesa