Dentre fumo jorrando dos sorrisos, correntes de ar passando por janelas que insistem em se não fechar – lembrando o quão pior se estaria lá fora – e aquecedores dum passado recente, perdura o serão das conversas cruzadas, dos cinzeiros equilibrados no colo, dos risos soltos – disléxicos – aqui e ali, e dos remoques futebolísticos na sinergia sensorial pós-clássico, o benfica é o benfica: ‘e agora não sei quem acredita em Jesus e a conversão é uma coisa admirável’;
e é entre a nitidez do hortinha que me encanta com histórias brilhantemente descomplexas, e entre as cabeças amotinadas à minha frente na cama sobrelotada que agora faz de sofá que a velha televisão de 4 canais pouco visíveis e escassamente audíveis me coage a atenção pelo sublime do que o não pode deixar de ser, pela graça e pelo acordo,
no meio de um reality show das massas atulhado de aspirantes a estrelas, novos-pobres do colégio interno das almas que preferem a vespertina busca num centro comercial (gastando o que ganharam – ao custo usurário da sua vida – no eterno ciclo da hipnoterapia repetitiva preconizada por Aldous Huxley) a um dia de sol com uma boa companhia, numa praia inóspita, inabdicável. E no meio desta próspera e respeitável classe do meio emergente, afoita por reconhecimento e ‘vivendas’ com piscinas, aparece a diferença e a semelhança, que me atenua – mas só por um momento – a insurrecta perspectiva de uma dissidência maior.
Sei que nem todas podem ser Karen Blixens, mas gosto de pensar que sim, que pelo menos são mais do que as que pensamos. E não consigo ficar alheio à diferença e à semelhança. Sou parcial, talvez Musil tenha razão, e ‘um homem que busque a verdade torna-se sábio; um homem que pretenda dar rédea solta à sua subjectividade torna-se, talvez, escritor’.
e é entre a nitidez do hortinha que me encanta com histórias brilhantemente descomplexas, e entre as cabeças amotinadas à minha frente na cama sobrelotada que agora faz de sofá que a velha televisão de 4 canais pouco visíveis e escassamente audíveis me coage a atenção pelo sublime do que o não pode deixar de ser, pela graça e pelo acordo,
no meio de um reality show das massas atulhado de aspirantes a estrelas, novos-pobres do colégio interno das almas que preferem a vespertina busca num centro comercial (gastando o que ganharam – ao custo usurário da sua vida – no eterno ciclo da hipnoterapia repetitiva preconizada por Aldous Huxley) a um dia de sol com uma boa companhia, numa praia inóspita, inabdicável. E no meio desta próspera e respeitável classe do meio emergente, afoita por reconhecimento e ‘vivendas’ com piscinas, aparece a diferença e a semelhança, que me atenua – mas só por um momento – a insurrecta perspectiva de uma dissidência maior.
Sei que nem todas podem ser Karen Blixens, mas gosto de pensar que sim, que pelo menos são mais do que as que pensamos. E não consigo ficar alheio à diferença e à semelhança. Sou parcial, talvez Musil tenha razão, e ‘um homem que busque a verdade torna-se sábio; um homem que pretenda dar rédea solta à sua subjectividade torna-se, talvez, escritor’.
Sem comentários:
Enviar um comentário