26/03/2009
A Despersonificação da Virgem
Na baía do irresoluto, inopinadamente, encontrei-me feliz. Lugar comum de mim, do que figuro, ou ao alheio represento. Já faz tanto tempo. – Quanto tempo faz? – Um certo pudor impede-me de gritá-lo ao mundo, mas beijo a minha Mãe cada vez que por ela passo, telefono aos mais inesperados, emprestando-lhes banalidades e até sorri a um estranho na rua. Ah se eu soubesse antes que os deuses pagãos caíram aos pés dos homens póstumos à sua Era, mas que o molde divinatório perduraria pela obscuridade dos séculos, chegando ao racionalismo em que hoje vivemos… E que a queda da Virgem não mais significa do que isso, porque a susceptibilidade do homem amar a Virgem viverá para sempre. A adoração não se centra no objecto, mas na capacidade de adorar. A devoção não é definição do devotado, mas do devoto. O sentimento não começa ou acaba na pessoa objectivada, o sentimento é um todo mutável e infinito na essência de quem o objectiva.
A musa não é condição do poeta, apenas descoberta da sensibilidade que lhe faculta a ninfalização do que lhe é envolvente.
11/03/2009
obg pela produção, de qq forma...
09/03/2009
O Fastidioso do Actual
Oh virtude que comigo se deita…
Claustro pendente sobre a pirâmide invertida do meu discernimento.
Copiada, falsificada, contrafeita.
Não as ames – nunca as ames –aborrece-me o sentimento.
Cruz que é ser maior do que os homens
Raça daqueles que se acham aquilo que pensam ser
Estirpe inviolada, castamente exigente
Dos que em pé, estóicos, se arrogam de viver
Corre, Lázaro! Sente, goza, ama!
Deita-te sempre mais leve na cama.
Parte, torce, cala, chama.
Nunca mintas a um estranho
(e a quem conheces engana!)
Queres a verdade? Exige-ma.
(Que escrevo de forma compulsiva,
Que me surgem poemas como quem espirra,
E epifanias! no epicentro do mundanismo,
Vendo os outros pela desconsideração do egotismo?)
Então lê-me, eufórica: grita-me essa passagem!
De Vida, Verdade, Poesia e Arte
Mergulha na teatralidade e deixa-me admirar-te
Finge a naturalidade que te é ausente
Para ilusão do apático, enfadonho presente...
Cala-te!, harmoniosa, deixa-me degustar o que dizes
Prova-me, intrépida, que só mereço amar actrizes.
Claustro pendente sobre a pirâmide invertida do meu discernimento.
Copiada, falsificada, contrafeita.
Não as ames – nunca as ames –aborrece-me o sentimento.
Cruz que é ser maior do que os homens
Raça daqueles que se acham aquilo que pensam ser
Estirpe inviolada, castamente exigente
Dos que em pé, estóicos, se arrogam de viver
Corre, Lázaro! Sente, goza, ama!
Deita-te sempre mais leve na cama.
Parte, torce, cala, chama.
Nunca mintas a um estranho
(e a quem conheces engana!)
Queres a verdade? Exige-ma.
(Que escrevo de forma compulsiva,
Que me surgem poemas como quem espirra,
E epifanias! no epicentro do mundanismo,
Vendo os outros pela desconsideração do egotismo?)
Então lê-me, eufórica: grita-me essa passagem!
De Vida, Verdade, Poesia e Arte
Mergulha na teatralidade e deixa-me admirar-te
Finge a naturalidade que te é ausente
Para ilusão do apático, enfadonho presente...
Cala-te!, harmoniosa, deixa-me degustar o que dizes
Prova-me, intrépida, que só mereço amar actrizes.
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